A indenização pela perda do tempo como dano autônomo no direito do trabalho
DOI:
https://doi.org/10.70405/rtst.v91i2.157Palavras-chave:
dano ao tempo, desvio produtivo, responsabilidade civil, direito do trabalhoResumo
Este artigo investiga a possibilidade de indenização pela perda de tempo no âmbito das relações trabalhistas, a partir da análise das formulações teóricas que embasam a necessidade de compensar a perda de tempo como um dano autônomo. Inicialmente, são abordadas as teorias do desvio produtivo do consumidor, destacando a importância de reconhecer o tempo como um bem jurídico escasso e valioso. Em seguida, a pesquisa se volta para a aplicação dessas teorias no direito do trabalho, com base em estudos de casos e análises de decisões judiciais no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e no Tribunal Superior do Trabalho. A análise dos julgados parte da metodologia do “estado da arte” e do “empirismo crítico” e revela a variedade de entendimentos e a complexidade da aplicação da teoria do desvio produtivo no contexto das relações laborais, evidenciando a necessidade de aprofundamento do debate sobre a reparação da perda de tempo do trabalhador. A jurisprudência tem reconhecido a possibilidade de indenização pelos danos causados pelo desvio produtivo no ambiente de trabalho, sinalizando para a importância de garantir a efetividade dos direitos dos empregados e a valorização do tempo como recurso essencial na vida profissional. Ao refletir sobre a indenização pela perda de tempo no direito do trabalho, este estudo contribui para ampliar o entendimento sobre a proteção dos direitos dos trabalhadores e para promover relações laborais mais justas e equitativas. A análise das teorias do desvio produtivo do consumidor e sua aplicação no contexto trabalhista abrem novas perspectivas para compreender e enfrentar os desafios contemporâneos relacionados ao tempo e ao valor do trabalho, apontando para a construção de um ambiente laboral mais humano e respeitoso.
Referências
ALMEIDA NETO, Amaro Alves de. Dano existencial: a tutela da dignidade da pessoa humana. Revista dos Tribunais, v. 6, n. 24, São Paulo, RT, out./dez. 2005. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_consumidor/doutrinas/DANO%20EXISTENCIAL.doc. Acesso em: 17 jun. 2024.
ALVARENGA, Fabiana Cristina da Silveira; CARVALHO, Marco César. Da espera excessiva em fila de banco: da afronta ao princípio constitucional da dignidade da pessoa humana. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito/UFRGS, v. IX, n. 2, 2014. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/ppgdir/article/view/45643. Acesso em: 27 jun. 2024. DOI: https://doi.org/10.22456/2317-8558.45643
ANDRADE, André Gustavo Corrêa. A evolução do conceito de dano moral. Revista da EMERJ, v. 6, n. 24, 2003. Disponível em: http://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista24/revista24_143.pdf. Acesso em: 15 ago. 2024.
BENJAMIN, Antônio Herman V.; MARQUES, Cláudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
BERGSTEIN, Laís. O tempo do consumidor e o menosprezo planejado: o tratamento jurídico do tempo perdido e a superação das suas causas. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019.
BITTAR, Carlos Alberto. Reparação civil por danos morais. 2. ed. São Paulo: RT, 1994.
DESSAUNE, Marcos. Desvio produtivo do consumidor. Visão Jurídica, São Paulo, v. 71, p. 6-13, abr. 2012.
DESSAUNE, Marcos. Teoria aprofundada do desvio produtivo do consumidor: o prejuízo do tempo desperdiçado e da vida alterada. 2. ed. Vitória: Edição Especial do Autor, 2017.
FERREIRA, Norma Andrade Almeida. As pesquisas denominadas “estado da arte”. Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 79, agosto/2002. Disponível em: https://pt.slideshare.net/slideshow/as-pesquisas-denominadas-estado-da-arte/28166366. Acesso em: 13 ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-73302002000300013
GUGLINSKI, Vitor Vilela. Danos morais pela perda do tempo útil: uma nova modalidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3237, 12 maio 2012. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/21753/danos-morais-pela-perda-do-tempo-util-uma-nova-modalidade. Acesso em: 05 ago. 2024.
GUGLINSKI, Vitor. Você sabe o que é o desvio produtivo do consumidor? Disponível em: https://vitorgug.jusbrasil.com.br/artigos/114536742/voce-sabe-o-que-e-desvio-produtivo-do¬-consumidor. Acesso em: 23 jun. 2024.
MELNISK, Elvis Jakson. O desvio produtivo nas relações de consumo. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10985/O-desvio-produtivo-nas-relacoes-de-consumo. Acesso em: 28 jul. 2024.
MONTEIRO FILHO, Carlos Edison do Rêgo. Lesão ao tempo: configuração e reparação nas relações de consumo. Revista da AJURIS, Porto Alegre, v. 43, n. 141, dez. 2016. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-AJURIS_141.04.pdf. Acesso em: 27 maio 2024.
ROLLO Arthur. A indústria do desrespeito ao consumidor. Disponível em: http://cartaforense.com.br/conteudo/artigos/a-industria-do-desrespeito--ao-consumidor/12161. Acesso em: 27 jul. 2024.
ROSENVALD, Nelson. As funções da responsabilidade civil: a reparação e a pena civil. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
SANTANA, Héctor Valverde. Dano moral no direito do consumidor. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
SOARES, Flaviana Rampazzo. Responsabilidade civil por dano existencial. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
STOLZE, Pablo. Responsabilidade civil pela perda do tempo. Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3540, 11 mar. 2013. Disponível em http://jus.com.br/artigos/23925. Acesso em: 30 maio 2024.
TARTUCE, Fernanda; COELHO, Caio Sasaki Godeguez. Reflexões sobre a autonomia do dano temporal e a sua relação com a vulnerabilidade da vítima. Revista Brasileira de Direito Comercial, 2017. Disponível em: https://www.fernandatartuce.com.br/wp-content/uploads/2018/02/Reflexoes-sobre-autonomia-do-dano-temporal-e-relacao-com-vulnerabilidade.pdf. Acesso em: 22 jul. 2024.
TRUBECK, David M.; ESSER, John. “Empirismo crítico” e os estudos jurídicos norte-ame¬ricanos: paradoxo, programa ou caixa de Pandora? Revista de Estudos Empíricos em Direito/Brazilian Journal of Empirical Legal Studies, v. 1, n. 1, jan./2013, p. 210-244. Disponível em: https://reedpesquisa.org/wp-content/uploads/2019/04/1-15-PB.pdf. Acesso em: 10 ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.19092/reed.v1i1.14
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista do Tribunal Superior do Trabalho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.